A HISTÓRIA DE ELIZEU

Olá, pessoal!

Tudo bem com vocês?

Espero que estejam todos desfrutando de muita saúde e paz, juntamente com todos os que lhe são caro.

Carnaval passou... Aquelas folias deixou muita tristeza em muitas famílias... Muitos partiram pra outra sem nem mesmo ver nada... Tudo muito rápido, repentino. Alguns tiveram uma “sorte”, digamos assim, de ter uma segunda chance e estão tendo tempo para avaliar se vale mesmo a pena continuar levando essa vida de folia. Mas nem todos os que estão tendo essa nova chance, irão conscientizar-se de que existe um problema em seu relacionamento com o uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.

A minha postagem de hoje eu quero narrar uma história de uma pessoa que teve essa segunda chance. Aliás, teve não só a segunda, mas a terceira, a quarta, etc.  Foi felizardo em ter várias chances, assim como eu e tantos outros.

Recebemos há alguns meses atrás, na Instituição de Tratamento que faço parte da equipe técnica, um jovem de apenas 26 anos, pedindo (implorando) ajuda para se internar. Seu semblante, altamente debilitado, deixava impressão que o mesmo tinha uns 40 anos. 

As marcas pelo corpo diziam que o Poder Superior já lhe havia sido bastante generoso, pelo fato de ainda continuar respirando, pois as cicatrizes eram de que haviam atentado, não somente uma vez, contra sua vida.   O mesmo confirmava isso numa conversa aberta comigo, quando de sua recepção, o que simplesmente mexeu comigo por inteiro.

Sua história de vida assemelha-se a de quase todo adicto que entra no que eu chamo de “Submundo do Sistema”.  Entretanto, existem umas coisas que nos torna mais identificados um com o outro, pelas minuciosidades de cada partilha. E foi o que aconteceu comigo e ele, quando começamos a falar um pouco de nós.

Falei de minha vida antes do uso de drogas (que foram poucos anos de infância), falei de minha vida com o uso de drogas e falei de minha vida em recuperação, de como estou conseguindo manter-me dia após dia, sem usar drogas e falei um pouco da Irmandade de Narcóticos Anônimos, além de falar de nosso tratamento na Instituição.

O que aconteceu naquela manhã, tenho certeza de que iria mudar para sempre a vida daquele jovem, independente dele continuasse ou não em recuperação, pois a experiência nos diz que, uma vez escutada a mensagem de que "um adicto, qualquer adicto, pode parar de usar, perder o desejo de usar e encontrar uma nova maneira de viver", nunca mais ele conseguirá fazer uso de drogas sem que isso lhe venha em mente e lhe tire o sossego a cada uso.

É isso o que dizem todos aqueles que já passaram pela sala e não conseguiram continuar voltando.

Durante nossa conversa, pude ver que ele vinha de uma família de certa condição, mas que já estava totalmente desprezado, rejeitado pela família, largado pelo mundo e só quem se interessava por ele, era a Justiça, pois existiam alguns Mandados em desfavor do mesmo.  E isso seria um grande problema naquela hora.

  O que fazer nessa hora??? 

Aceito ele na Instituição?

 Comunico  ao Diretor da Instituição, na qual não é permitido admissão de pessoas nestas condições???? Ou simplesmente coloco na ficha dele que não está devendo nada para Justiça????    E o meu programa de recuperação????      E onde fica meu exemplo de que há necessidade de sermos honestos consigo mesmo????     E tudo aquilo que eu havia acabado de dizer pra ele, de que o programa só funciona para quem consegue ser honesto ao menos consigo mesmo?????

E agora???    SIM ou NÃO?   Deixo-o voltar pra rua e continuar aprontando?????     Ou tento ajuda-lo, já que são poucos os que estão em condições de decidir por si próprio que necessita e quer ajuda???

Estas perguntas vêm em mente em questões de segundos. São detalhes que podem salvar ou até mesmo condenar uma vida. Mas quem sou eu para condenar alguém ou negá-lo o direito de se tratar??

O motivo que a Instituição alega para não aceitar pessoas nestas condições, é de que pode haver complicações outras além do Judiciário e o mesmo pode ser “cobrado” dentro da Instituição, haja visto a livre entrada de pessoas na mesma, como de fato, já aconteceu em outras CT. Por isso, algumas CT não querem aceitar pessoas que estejam nessa situação.

Chamei o monitor e pedi que ficasse conversando um pouco com aquele jovem e me dirigi rapidamente ao Diretor. Falei francamente do que estava se passando e o mesmo, de imediato, já balançou a cabeça negativamente.

Baixei a cabeça e estendi-lhe o braço, repassando os papéis preenchidos com os dados recém-obtidos do jovem em questão. Caminhei para fora da sala e parecia que a porta cada vez mais se distanciava, pois eu queria logo sair dali e tentar não me sentir culpado pelo que estava acontecendo.

Tudo bem que eu não estava com culpa alguma. Eu apenas estava fazendo a minha parte e o que, aos olhos da Instituição, seria o correto.   Mas dentro de mim, só eu sei como estava me sentindo naquele momento.

Consegui sair da sala. Fui para a área livre e logo se aproximou de mim outro interno e começou a conversar sobre outros assuntos, mas eu não conseguia nem me focar no diálogo.  Eu sabia que tinha algo acontecendo que estava acabando com minha paz interior.

De repente, vi aquele provável futuro coordenador de Instituição sendo liberado... Mas não liberado para ficar...mas liberado para ir embora, resolver sua situação com a Justiça e depois voltar para se tratar.

Olha só.    Será mesmo que ele iria se entregar a Justiça, dizer que queria ser internado para se recuperar das drogas???

Já estava se aproximando de meu horário de sair e comuniquei a minha saída. O Diretor me chamou e disse que iria me explicar (novamente) os motivos pelo qual ele tomou aquela decisão, mas eu simplesmente disse: “Eu já sei, já conheço as normas daqui e mesmo sem concordar, eu respeito sua decisão. Agora, infelizmente meu horário já chegou e eu tô indo ali atrás daquele jovem, pois minha conversa com ele ainda não terminou. Até quinta-feira!”.

Sai rapidamente e encontrei o jovem sentado em baixo de um pé de manga, se alimentando daquela que era sua primeira alimentação do dia... umas mangas maduras que estavam no chão.

Quando ele me viu, fez que nem me viu, pois pensava que eu iria passar direto.     Enganou-se!!!  

Eu parei... Aproximei-me... Sentei ao lado dele, nos tijolos que havia ali naquela sombra.  Tivemos outra partilha bacana e ele ressentido dizia que iria continuar naquela vida que, segundo ele, DEUS queria que fosse assim.

Chamei-o para que ele fosse comigo.  Ele perguntou pra onde e eu falei.  Era para uma casa de um brother meu ali perto, que também estava em recuperação e que certamente iria nos ajudar.  Ele prontamente aceitou o convite.

Chegando lá, fomos muito bem recebidos e eu contei a situação. Meu amigo logo disse: “Aqui você tá em casa, mano!   Se você quiser mesmo ser ajudado, pode contar comigo.   Mas se não quiser, nem tente dar uma de bonzinho, que eu tô ligado eu tu.   Vem aqui pra eu te mostrar...!”.

Pronto!!    Havia conseguido um lugar para ele passar aquele dia e, quem sabe, conseguir uma vaga em outra CT.

Conversamos por mais uma hora e meia. Almoçamos por lá mesmo. Na parte da tarde, eu vim em casa, peguei umas roupas e levei para ele. Chegando lá, ele estava dormindo.  Fiquei conversando com meu amigo e explicando para ele a situação com mais detalhe, já que no início não tive como falar detalhes na frente do jovem.    Este meu amigo é dos meus e disse logo: “Cara !   Tu sabe que podes contar comigo, véi!!  Se ele quiser mesmo ajuda, tamos aqui.  Ele só não pode querer vacilar comigo, que tá ligado, né??”.

Esse meu amigo é mesmo “parada dura”. Pra ajudar, é com ele mesmo.... Mas também se aprontar com ele...já era...

Eu sabia disso, mas era o que eu podia fazer naquele momento.   Até pensei em trazer o jovem pra minha casa, como já trouxe outras pessoas que tiro das ruas, mas como este meu amigo morava pertinho da CT e estava morando sozinho numa cada grande, e também já sabia como ele era receptivo, então achei por bem leva-lo para lá.

Fiz o certo.    Os dois se deram tão bem, que começaram a trabalhar juntos.   Este meu amigo é Pedreiro e começou a levar o jovem para auxiliá-lo.

Todas as noites, salas de recuperação.   Como não tinha NA todos os dias na Cidade, ele frequentava também os Grupos de A.A. e foi pegando gosto pelas Irmandades.   Com poucos dias, ele começou a adquirir as coisinhas dele. Dizia não querer contato com a família, pois sabia que iria ouvir que aquilo era por poucos dias e que logo ele estaria usando novamente.  Preferiu deixar o tempo cuidar das coisas.

O tempo realmente cuidou para que ele hoje esteja bem e participando das atividades dos Grupos. Hoje ele está “limpo”, está trabalhando profissionalmente e também está sendo Servidor de Confiança em seu Grupo base, onde continua fazendo sua recuperação.

Conversei com ele sobre a importância de se trabalhar os Doze Passos e ele entendeu que realmente seria importante começar a vivenciá-lo em todas as suas atividades.

Marcamos, então, uma visita à sua família.

Foi um momento marcante, quando ele chegou em casa, com uma farta cesta básica para sua Mãe que, mesmo sem necessitar tanto daquela cesta, viu-se emocionada pelo fato do filho estar retornando com outro semblante, visivelmente mudado.    Já não estava mais com os 46 kg, mas sim, com seus 74 kg.  O cabelo e a barba feita, a roupa limpa e o “-Benção, minha Mãe!”, afirmava que aquele era um outro filho que ela já não conhecia há mais de uma década. Agora ele era o Elizeu! O seu verdadeiro filho!

Agora ele era conhecido pelo seu nome e não pelo seu “vulgo”, pois o seu convívio social já não era o de outrora. Agora ele se relacionava (e se relaciona) com outras pessoas, não que sejam de outra classe social, mas pessoas que não usam drogas e não vivem a margem da sociedade.

Quanto ao seu problema com a Justiça...

Bom!!!  Isso Elizeu já está resolvendo.

Eu o apresentei a um amigo meu (agora nosso), que é Promotor de Justiça e Pastor Evangélico, que ficou de ajudá-lo. Certamente agora as coisas estão em seu favor.

Eu fico feliz por ter encontrado as portas de A.A. e de NA, onde eu também pude entrar e fazer minha recuperação, pois se eu tivesse encontrado uma Instituição como esta, que me negasse o direito de me internar, pelo que eu me conheço, talvez eu não estivesse escrevendo aqui esta postagem...certamente já teria morrido há tempos.

Eu e Elizeu hoje somos mais que amigos. Aliás, eu, Elizeu e nosso amigão que nos acolheu em sua casa.  Somos muito próximo um do outro. Estamos sempre juntos, numa equipe, levando a mensagem onde quer que seja. Hoje ele tem a alegria de acordar e ter um lar e, mais que isso, ele tem alegria em acordar sóbrio, sem ressaca, sem ressentimentos, sem sentimentos de culpa, sem ter que usar novamente, sem ter que sacrificar nada para conseguir a próxima dose, sem ter que andar correndo da Polícia pelas “quebradas”...

Hoje ele está sempre visitando a casa dos Pais, apesar de continuar morando com nosso amigo.    Ele até já quis alugar um lugarzinho para ele, mas nosso amigo disse que não quer ficar sozinho e que lá está aberto até pra mais um que queira se recuperar, assim como o Elizeu.

Eu me alegro quando posso fazer algo pelo meu semelhante. Estou sempre sendo alvo de críticas por agir de formas “estranhas” com pessoas estranhas, como por exemplo, parar para dar carona a desconhecido em estradas, etc.

Reconheço que é arriscado demais, mais meu coração já não é tão ruim como antigamente, que eu era capaz de passar por cima. Hoje eu já paro para ajudar e se tiver que me acontecer algo, vai acontecer, pois eu continuarei parando.

Eu tenho que continuar lutando contra aquilo que me levava a usar drogas e que não era somente minha vontade, mas também meus comportamentos e um deles era justamente esse de fazer maldades.

Esta história do Elizeu é parte de minha vida.

Que tantos outros Junior e Elizeu possam continuar desfrutando da Dádiva da recuperação.  Que possamos agir para com o nosso próximo, assim como gostaríamos que agissem conosco.   Afinal, quem é que, num mundo de hoje, coloca dentro de sua casa, alguém que não conhece e que vive nas ruas, que é usuário de drogas e é procurado pela Justiça???

Obrigado, Poder Superior, por mais um dia “limpo, Só Por Hoje!”.

Obrigado a cada um de vocês por continuarem me ajudando em minha recuperação.

Aceitem um forte e carinhoso abraço e bons momentos a todos.

Abração e TAMUJUNTU.

Júnior, um Adicto em Recuperação, Limpo, Só Por Hoje!

C.A.R.N.A.V.A.L.

Saudações a todos!!!

Somente pela Graça de Um PODER SUPERIOR a mim, estou maravilhosamente bem, desfrutando de bons momentos, juntamente com todos os que me cercam. Espero que o mesmo esteja acontecendo com todos vocês. Espero que a folia do carnaval não tenha acabado com a animação de viver sóbrio(a), um dia de cada vez.

Acompanhando os telejornais, podemos ver os maiores resultados desta grande “festa” que é o carnaval. Aliás, diga-se de passagem, resultados imediatos, pois futuramente ainda haverá resultados inesperados desta “festa”.

Daqui a uns nove meses, aparecerão frutos desta folia. Sem falar dos que irão adquirir doenças sexualmente transmissíveis, por conta desta dita “maior festa popular do Brasil”.

Mas os resultados imediatos logo aparecem. Nos Grupos, percebemos que alguém não veio e logo nos preocupamos. Percebemos o retorno de quem não deveria ter ido para folia. Percebemos que alguém chegou com o triste convite para um momento fúnebre. Percebemos que alguém veio pela primeira vez à sala, com as marcas da folia.

Eu aproveitei bem meus dias de C.A.R.N.A.V.A.L.. Foi uma verdadeira Correria Atrás da Recuperação em Narcóticos Anônimos e Valeu A pena Lutar por mais um dia Limpo, Só Por Hoje.

Lembrei-me do texto do Livro Azul onde Dr. Bob dizia: “Se você acha que é ateu, agnóstico, cético ou tem algum outro tipo de orgulho intelectual que o impede de aceitar o que há neste livro, sinto muito por você. Se ainda acredita que é suficientemente forte para ganhar sozinho o jogo, o problema é seu. Mas, se realmente quiser parar de beber, de uma vez por todas, e sentir, honestamente, que precisa de ajuda, sabemos que temos uma resposta para você. Ela nunca falha, se você lhe dedicar a metade do entusiasmo que costumava ter para conseguir mais uma dose. Seu Pai Celestial jamais o decepcionará!”.  (Alcoólicos Anônimos)

Deu pra vocês sentirem o peso das palavras de Dr. Bob?      Este texto eu tenho gravado em minha mente desde que o li pela primeira vez, há 17 anos, quando entrei na sala pelas primeiras vezes.

Se eu achasse que era forte pra ganhar sozinho, o problema era meu...  Mas se eu quisesse parar.....DE UMA VEZ POR TODAS..... e sentisse HONESTAMENTE que precisava de ajuda...

Aí tem esse outro pedacinho do texto que eu acho massa também....   “Ela nunca falha, se você lhe dedicar a metade do entusiasmo que costumava ter para conseguir mais uma dose”.

O que eu fazia pra conseguir a próxima dose???    Do que eu era capaz???    De que tanto eu já fui capaz para conseguir ter minha droga de preferência???

Por isso, todo e qualquer esforço para que eu possa manter minha sobriedade, ainda é pouco diante do esforço que eu fazia para me drogar.    E, como já me garantia Dr. Bob, meu Pai Celestial não tem mesmo me decepcionado, não.

Mas eu continuo, todos os dias, dedicando pelo menos a metade de meu entusiasmo que costumava ter para conseguir mais uma dose.    Não há tempo ruim para que eu não possa fazer pelo meu próximo, aquilo que fizeram comigo.

Não há tempo ruim que eu não possa ir à sala, até mesmo porque não tinha tempo ruim para que eu fosse atrás de minha droga.

Não há distância que eu não possa percorrer, pois não havia distância longe para ir atrás de minha substância de preferência.

É por isso, que meu C.A.R.N.A.V.A.L. foi uma verdadeira Correria Atrás da Recuperação em Narcóticos Anônimos e Valeu A pena Lutar por mais um dia Limpo, Só Por Hoje.

Pra não dizer que não estive em meio à folia... Quer dizer, em meio, não... Aproximei-me da folia, mas foi por motivos de falar com um amigo meu. Eu estava em outra Cidade, distante 400 km de onde moro, fui fazer um trabalho lá e o Coronel da PM, Comandante da Companhia de lá, é meu amigo e sabendo que eu estava na Cidade, quis me ver. Ele estava de plantão no Trailer da PM, instalado no início do “corredor da folia”.  Assim sendo, ao terminar minhas atividades, já por volta da meia noite, eu passei por lá para cumprimenta-lo. Pelos poucos minutos que fiquei ali conversando, foram tantas ocorrências, que nem deu pra contar. A gente quase nem tinha como conversar, pois estavam sempre chamando ele.

Uma destas ocorrências era duas jovens brigando. Ambas estavam visualmente alcoolizadas. Uma delas, que estava num vestidinho curto, chegou a ficar seminua, diante da multidão que ora aplaudia o “espetáculo”. A cena deve circular pela rede mundial de computadores, pois o que havia de celulares ligado, registrando.

Já nas estradas, os resultados nem necessitam de comentários. É apenas de se lamentar e estender nossos sentimentos de pesar para as famílias que neste momento choram a perda de um ente querido.

Ontem eu estava com uma amiga conversando sobre essa questão das campanhas na TV que o Governo faz, tentando combater o uso de bebidas pelos condutores de veículos automotivos. Ela, que é Doutora em Psicologia e já fez parte de várias campanhas do Governo no combate às Drogas, inclusive com passagem pela SENAD, teceu comentários que realmente leva a acreditar que é ineficaz estas campanhas, diante dos resultados que não são os esperados e desejados.

A gente fica se perguntando: “-Será que nenhum condutor tem conhecimento de que a Lei proíbe dirigir alcoolizado?”.

Do mesmo jeito, será que ninguém sabe que o tráfico de Drogas é ilegal?    Será que nenhum comerciante sabe que vender bebidas alcoólicas para menores é crime???

Não serão apenas estas campanhas que farão com que mudemos de comportamento, não.    Falta muito mais que estas infrutíferas campanhas.    Falta mais rigor na fiscalização e, principalmente, menos impunidade.

Podemos observar que estão agora fazendo uma campanha até para orientar o pessoal a fazer xixi no banheiro!!     Sinceramente!!!!

Deixarei, pelo menos por enquanto, esse assunto de lado e, conforme prometido, irei agora falar de meus irmãos.

Como falei na postagem anterior, até agora, eles estão tentando mudar de vida e sair das ruas. Um deles, que é o mais novo (aquele que na foto estava totalmente sujo, barbudo, cabeludo, etc.), este já está com outro visual. Está andando limpo, banhado... Não está andando arrumado, porque praticamente as roupas dele não são novas, mas a vista do que estava, está um novo homem.    Segundo fui informado, ele está convivendo com uma mulher, que era usuária também e agora está em recuperação e está tentando ajudá-lo.  Ele até já comentou que realmente iria fazer o que me prometeu que era arrumar um emprego.   Mas antes ele precisa tirar novamente os documentos e para tanto, já começou a providenciar.

Quanto ao outro, também já está com outro serviço. Parece que agora ajudante de pedreiro. Tá fazendo uns bicos. Tá mais organizado, também. Até de bicicleta já tá. rsrsrs         Pra quem não podia ter nem roupa... rsrsr

Sei que as coisas não são de uma hora pra outra, mas é de uma hora pra outra que tomamos iniciativas em nossas vidas. Espero que este comportamento deles seja o primeiro passo para uma nova maneira de viver.   Espero que eles possam desfrutar desta maravilhosa vida sem Drogas.   Estou confiante de quem um dia, mais cedo ou mais tarde, eles estarão novamente restaurados e os testemunhos deles certamente ajudará outras vítimas deste flagelo da humanidade.

Minha Mãe está alegre demais com esta notícia. Mas eu já relembrei novamente de que ainda é cedo para contar vitória, mas, pelo tempo em que esperamos achar uma luz no fim do túnel, podemos dizer que estamos alegres demais com esse sinal de que eles estão vivendo mais dignamente.

Só quem sabe o que é isso é quem tem um familiar nas ruas, ou quem já viveu pelas ruas.    A gente pode até se comover com as cenas que vemos todos os dias nas praças de nossas Cidades, mas só sentimos mesmo na pele, quando se passa com um familiar nosso.

Agora mesmo acabei de falar com um parceiro, que sempre me trás as informações mais recentes e o mesmo me disse que, apesar deste período de carnaval,  (aniversário do capeta), eles continuam bem.   Enquanto dizem que o Natal é o aniversário de Cristo, eu tenho o carnaval como o aniversário do capeta.

Bom. Por hoje é só. Breve eu estarei aqui compartilhando mais experiências, sempre agradecendo pelas partilhas deixadas aqui, pelos comentários e e-mails que tenho recebido.

Que possamos continuar sempre juntos, pois somos um elo de uma corrente que, quanto maior, chegamos mais longe. Vamos caminhando, com calma, um dia de cada vez.

Um forte e carinhoso abraço a cada um de vocês que tanto me ajuda em minha recuperação.

TAMUJUNTU.

Júnior, um Adicto em Recuperação, Limpo, Só Por Hoje!

TRILHANDO POR OUTROS CAMINHOS.

Saudações a todos!!!

Que estejam desfrutando de muitas alegrias em vossos lares, repleto de paz, saúde, serenidade e sobriedade.

Eu estou maravilhosamente bem e quero compartilhar minha alegria com todos vocês.

Tenho acompanhado os blogs e visto que nem tudo são flores neste início de ano, para muitos de nós. 

Infelizmente a vida se apresenta com certas formas que se a gente não for capaz de fazer molduras, não teremos como contemplá-la.

Acredito na capacidade de cada um de nós e sei que estamos firmes em nossos propósitos e que é apenas uma questão de tempo (e aceitação), para que as coisas aconteçam como gostaríamos. E se já tivermos aceitação, certamente já estaremos gostando, pois iremos entender que tudo só acontece segundo a permissão de ALGUÉM.

Falando de mim, durante algum tempo, fui foco de alguns noticiários, programas jornalísticos policiais, bem como assunto de debates em rodinhas nas vizinhanças (e onde o poder da mídia alcançava), onde o que se repercutia eram as “bombas” decorrentes de minhas ações insanas, juntamente com minha “turminha do barulho”, se é que posso chamar assim.

Assim foi por algum tempo.

Entretanto, o poder da Mídia é incrível!
Eles tem capacidade de fazer uma tempestade num copo d'água.

Conseguem inocentar quem eles bem querem e condenar quem julgarem culpados. 

São poderosos a ponto de criar personagens na vida real, muito além das telenovelas.  Afinal, são os formadores de opinião.

Sei que não fui nenhum santinho, mas sempre que acontecia de ser interrogado por uma autoridade policial, me eram atribuídos alguns outros casos que nem eu mesmo tinha conhecimento. E isto para gerar uma repercussão, bastava que a Mídia (falada, escrita ou televisada) tivesse conhecimento.

Quando eu menos esperava, já escutava os comentários!

Atribuo toda aquela repercussão que houve sobre minha pessoa ao poder que a imprensa tem de distorcer as informações e dela mesma criar o personagem que o Ministério Público via diante das “provas” forjadas nos atos investigatórios, finalizadas em Processos.     Se bem que não fui nenhum santo!

Ainda bem que tudo se passou e hoje vivo uma realidade bem diferente. Quer dizer. Às vezes acontece de alguma informação não ser bem correta por parte da Mídia, mas o propósito, quando elas saem, é bem diferente de outrora.

Antigamente as manchetes eram discriminatórias, altamente destrutivas, criando uma imagem terrorista de minha pessoa.

Sempre que alguma coisa com meu nome saia na rádio, era falando da gang que havia atuado em tal lugar ; era da quadrilha que havia feito num sei o que ; era do crime num sei onde...

Hoje as coisas são diferentes. 

Hoje eu participo assiduamente de um programa local na rádio, onde abordamos a Dependência Química e suas formas de tratamento.  Hoje participo das atividades do Comitê Trabalhando com os Outros (C.T.O.), de uma das Irmandades que participo, onde fazemos trabalhos constantes na Mídia. Hoje temos participado de Palestras no Brasil a fora, onde a Mídia está sempre divulgando nossos exemplos de superação e recuperação.

Mas, de qualquer forma, a Mídia não deixa nunca de fazer suas colocações como bem entendem. Quase sempre, tenho me deparado com situações onde estão deixando a desejar. Dentro de nossos princípios das Irmandades de A.A. e N.A., algumas vezes, por falta de atenção, alguns jornalistas ferem nosso princípio de Anonimato.

Recentemente, eu e mais alguns(as) companheiros(as) de blogs, fomos convidados a fazer uma entrevista para um Jornal. Acho que grande maioria dos leitores deste blog tem conhecimento da MATÉRIA NO ESTADÃO.COM.BR

Eu, particularmente, achei boa a matéria, apesar de que houve algumas informações distorcidas sobre minha pessoa, como, por exemplo, meu tempo limpo. Mas é como eu já falei para alguns, não faz mal... Afinal, eu vivo mesmo Só Por Hoje.   A intenção é o que vale e após esta matéria, tenho certeza que o objetivo foi alcançado...e o mais nos será revelado!

Hoje, o que me preocupa nestas divulgações da Mídia, é não me permitir sentir poder e prestígio diante das colocações feitas. Tenho que reconhecer que sou apenas um adicto em recuperação e que estou Limpo, Só Por Hoje.

Tenho que manter a humildade e acreditar que somente Um Poder Superior é capaz de manter minha sanidade. Sei que, apesar de todos os meus esforços, graças a ELE é que estou vivendo um dia de cada vez, sem fazer uso de drogas, sem viver aquela vida insana e com pensamentos de ajudar o meu próximo.

E para finalizar esta minha postagem, quero dizer que acabei de receber uma notícia muito boa. Meus irmãos que estão nas Ruas do Recife, já estão bem melhor, procurando outra maneira de viver. Como as informações são recentes e acabei de tê-las, irei fazer agora mesmo mais uns contatos e ver como está situação por lá.

Na próxima postagem eu trago mais notícias!

Agradeço a todos os contatos que tenho através deste blog e rede social. Meu muito obrigado por vocês existirem em minha vida!   Que DEUS continue iluminando a vida de cada um de vocês e suas famílias.

Aceitem um forte e carinhoso abraço.

TAMUJUNTU.

Júnior, um Adicto em Recuperação, Limpo, Só Por Hoje!