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Abraços e TAMUJUNTU.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

UM ADICTO EM RECUPERAÇÃO OU UM CRACOLANDIANO, CRACOLANDIENSE?

Saudações, meus queridos amigos e minhas queridas amigas!

Somente pela Graça de DEUS, estamos mais uma vez aqui neste encontro carinhoso, onde eu agradeço a cada um que por aqui passa, pela atenção e por permitir-me compartilhar minha experiência de adicção ativa e em recuperação. Só por hoje, não usei drogas e isso deve-se, também, à cada um de vocês.

Gente... Ultimamente as coisas estão cada vez pior, quando se fala de drogas. A cada dia aumenta mais ainda os crimes, a violência, as tragédias entre famílias, os números de usuários, os números de internações, etc, tudo relacionado com as drogas e suas consequências.

Quem é que no dia de hoje não tem um parente ou amigo ou conhecido usuário de drogas? Acho que pouquíssimas pessoas (ou nenhuma pessoa) pode afirmar que não tem nenhum amigo ou que não conhece nenhuma pessoa que não usa drogas. Sem falar que grande parte da população tem um usuário na família e, muitas vezes, dentro de casa.

Há uns 50 anos atrás, quando a polícia apreendia pelo menos 5 gramas de cocaína, isso era notícia de jornais e passava-se dias se falando nisso na comunidade. Hoje a gente passou a tratar isso com banalidade, tanto que já nem nos espantamos com as notícias que dão conta da apreensão de toneladas de cocaína ou maconha ou crack.

Antigamente, a polícia pegava as drogas e em qualquer lixão era feito a queima e tals... Hoje em dia a Justiça que tem haver toda uma programação para incineração das toneladas e mais toneladas de drogas e passa-se as vezes dias neste processo.

Há 50 anos atrás seria uma indignação se deparar com as hordas humanas vagando na “cracolândia” em São Paulo e em tantas outras cracolândias neste Brasil.

Por falar em cracolândia, você sabia que o Brasil já tem pelo menos 29 grandes cracolândias, espalhadas por 17 capitais? Mas eu estou dizendo 29 GRANDES, pois pequenas existem centenas. Mas nenhuma cidade do Brasil se assemelha à capital paulista.

Outro dia, o Francisco Bastos, que é pesquisador da Friocruz tava dizendo: “Já pesquisei nos Estados Unidos e na Alemanha e nunca vi nada no mundo parecido com São Paulo”.


Mas não é somente em SP, não. Pra se ter uma ideia, gente, na região norte, as concentrações de usuários de crack são pequenas, mas elas existem e com as mesmas características da famosa cracolândia. Lá também se consome o oxi, que é derivado da pasta-base de cocaína.  


Já no nordeste, existem cenas variadas. Em Salvador, a concentração de usuários nas ruas é grande como a das cidades do Sudeste. No Recife, tem lá uma mistura de pequenos e grandes redutos. 
No sul do Brasil, em cidades como Porto Alegre e Florianópolis, as cracolândias são de tamanho médio, mas também com as mesmas características da famosa cracolândia. No sudeste é que estão as cracolândias mais visíveis e impressionantes e que se espalham por todo o território de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. 
No Distrito Federal, na região centro oeste, também se destaca pela alta densidade – lá existem pelo menos cinco cracolândias, que estão presentes tanto no Plano Piloto, quanto em municípios vizinhos, como Ceilândia e Gama.

E em torno desse aumento de consumo de crack e da proliferação das chamadas cracolândias por todo o país, se estabeleceu um campo de disputa: percebe-se que há disputa entre uma série de sujeitos, de instituições e de saberes, de modo que diversas tecnologias e práticas de repressão, vigilância e cuidado tem sido acionadas, assim como diferentes esferas da vida social (como saúde, assistência, repressão e família) vem sendo mobilizadas.

E nessas disputas a gente vê, por exemplo, a briga para conseguir os recursos da Política Nacional de Enfrentamento ao Crack, que o Governo Federal disse que iria investir num sei quantos bilhões. A gente vê, por exemplo, as brigas entre os Conselhos Federais de Psicologia e Psiquiatria, onde abordam de maneira distintas, as modalidades terapêuticas para tratamento do usuário de crack, onde um apoia e outro reprime os modelos das CT, pois, segundo o Conselho de Psiquiatria, é uma volta aos manicômios, o que contradiz completamente a reforma antimanicomial. A gente vê, por exemplo, a briga pela redução da maioridade penal, que se dá pelo enorme envolvimento de menores do submundo das drogas. Enfim, há uma série de disputas.

E enquanto essas disputas acontecem, as drogas continuam matando. Todos os dias jornais noticiam crimes relacionados com drogas. Eu tenho aqui uma manchete de jornal que diz: “Filho mata pai porque ele não deu dinheiro para comprar drogas”.

Entre tantas notícias de mortes, tem sempre umas meia que, digamos, inusitadas: Olhem essa: “Mulher morre afogada após carro cair em rio durante sexo”. Mas alguém pode até perguntar o que tem haver isso com o tema drogas?  Eu respondo: tem tudo haver, pois estavam usando drogas (álcool).

São muitos os fatos noticiados envolvendo as drogas. Outro aqui fala: “Pai esconde droga na roupa da filha e a usa como escudo em MG, diz PM”. Vejam a que ponto chega o dependente químico!  Eu já nem me refiro ao fato de esconder drogas na roupa da filha, pois isso é mais comum de que vocês, leitores, podem imaginar... Eu mesmo já fiz isso. Mas eu me refiro ao fato de colocar a filha como escudo humano.

Infelizmente esta é a triste realidade da vida e principalmente da vida daqueles que vivem no submundo das drogas.

Mas se você, que neste momento está lendo, tem envolvimento com drogas e quer se libertar; se você faz uso de drogas e acha está tendo algum problema por conta disso; acredito que possamos lhe ajudar. Se quer mesmo parar de usar, talvez tenhamos uma solução. E ela nunca falha se você dedicar à sua recuperação o mesmo entusiasmo que costumava dedicar para conseguir a próxima dose. (O que você costuma fazer para usar? Faça pelo menos a metade do esforço que você fazia ou faz para usar e faça para não usar, que você consegue parar.)

Então, se você quer parar de usar, a recuperação é possível. Procure ajuda! Vá até um CAPS mais próximo de você! Procure um grupo de Alcoólicos Anônimos ou de Narcóticos Anônimos. Vá até uma igreja. Converse com um amigo e manifeste esse desejo de parar de usar drogas. Há uma saída. Existe uma solução para o seu problemas com drogas, pois eu cheguei a acreditar que não havia mais saída para mim, entretanto, estou aqui contando minha vitória sobre as drogas. Eu venci! Eu não uso mais drogas!

Então, se você realmente quer parar de usar, a recuperação é possível. Mas se você não quer.....

Como diz nossa literatura: “Pode ser analisado, aconselhado, persuadido, pode se rezar por ele, pode ser amarrado, surrado ou trancado, mas não irá parar até que queira parar “.

Então, se você quer parar de usar, a recuperação é possível. Mas se você não quer... Isso é uma questão de escolhas: você pode optar por ser um cidadão, ser um trabalhador(a), um verdadeiro Pai ou Mãe de família, etc... ou você pode optar por ser um(a) cracolandiano – cracolandiense.


Espero que sua decisão seja a mais coerente e que assim como eu, um dia consigas dizer: Só por hoje, não usei drogas!

Eu agradeço mais uma vez ao Poder Superior por mais este milagre em minha vida. Agradeço carinhosamente a cada um de vocês pela ajuda que me dão, a cada visitinha em meu blog, a cada recadinho deixado, a cada telefonema, etc.

Fica aqui o meu convite para acompanhar o Programa A Voz da Sobriedade, que fazemos todas as quartas feira, das 11:00hs ao meio dia e que você também pode participar conosco, acessando aqui e também participando pelo whatsapp do programa, que é (99) 98434-0121.

Lembrando que só é possível acessar a rádio online se for pelo google chromer,

Ficarei com estas poucas palavras e espero que sejam suficiente para expressar meu carinho e gratidão a cada um de vocês.

Até o nosso próximo encontro e que até lá, estejamos sóbrio, limpo, só por hoje.

Eu continuo sendo o Júnior, um adicto em recuperação, limpo, só por hoje.
Um forte e carinhoso abraço e bons momentos.
TAMUJUNTU.

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