Olá, pessoal!
Tudo bem com vocês?
Eu estou maravilhosamente bem e
espero que todos estejam desfrutando de muita saúde e paz, juntamente com todos
os que vos cercam.
Dia 09 de novembro foi aniversário
de um de meus irmãos. Completou 38 anos. Infelizmente não tivemos como
parabenizá-lo, pois o mesmo encontra-se em situação de rua.
Quem acompanha meu blog há tempos,
certamente tem conhecimento de que meus irmãos também são adictos. Uns deles
estão em recuperação, assim como eu, mas um deles recaiu este ano e ainda está
largado, jogado nas drogas, morando nas ruas de Recife, nossa cidade natal.
No final do ano passado consegui
reunir toda família, após anos e mais anos de separação. Foi um Natal em
família, mãe e filhos reunidos. Achei que todos iriam conseguir finalizar 2015
sem usar drogas. Um deles recaiu e logo conseguimos ajudá-lo, pois ele não
fugiu do problema, esteve sempre por perto e aceitou ajuda.
Entretanto, este que aniversariou
dia 09/11, assim que recaiu, foi embora e até hoje não mais voltou. Sei que
está pelas ruas de Recife, pois nascemos e nos criamos lá e somos bastante
conhecidos e através de contatos, fiquei sabendo que ele está por lá.
Soube, ainda, que ele está em
péssima situação, o que não é novidade, pois usuário de crack e outras drogas
realmente não tem a mínima condição de estar em boa situação.
Mas soube que ele desmaiou e foi
socorrido por duas vezes em menos de 48 horas. E nesta ultima vez em que foi
socorrido, ele fugiu do hospital assim que melhorou um pouco e, ainda com o
soro no braço, retornou para o local que frequenta, sentou-se embaixo de sua
carroça (a qual trabalha juntando material reciclável), apoiou o soro na mesma
e continuou usando tranquilamente, como se nada estivesse ocorrido com ele.
Hoje fiz contato com um de meus
irmãos que também mora no Recife/PE e fiquei sabendo que esse meu outro irmão
que mora nas ruas fez contato com minha mãe essa semana, justamente dois dias
após ter aniversariado. Segundo ele me
disse, o meu irmão pediu para minha mãe mandar trinta reais para ele comprar
doces para doar no dia de Cosme e Damião.
Mas, pelo que eu sei, as pessoas que fazem essas doações de Cosme e
Damião, fazem isso no mês de Setembro.
Interessante que no dia do aniversário dele, a minha mãe fez inúmeras tentativas de ligar para os conhecidos e até conseguiu notícias dele, mas ele disse que não queria falar com ela e nem com nenhum outro familiar. Mas agora ele soube ligar para pedir dinheiro!
E outra coisa: alguém aqui já viu um morador de rua, usuário de drogas,
usuário de crack, doar doces no dia de Cosme e Damião?
A gente vê cada uma com esses caras!
O usuário de drogas tem uma
imaginação fértil demais!
Os caras são tão criativos que é de
impressionar!
Esses dias eu vi uma matéria falando
sobre um rato que foi domesticado e usado para transportar drogas no presídio
em Araguaína/TO. Os caras conseguiram
domesticar um rato somente para fazer o transporte da droga de um lado para o
outro do pavilhão. Segundo o diretor do presídio, o animal é tão manso que aceita até cafuné na cabeça.
Já outro adicto usou a criatividade
para o bem.
Na tentativa de manter-se “limpo”,
procurou ocupar sua mente, trabalhando.
Como sabemos que o mercado não oferece
muita oportunidade para usuários de drogas, ele foi para o mercado
informal. Ele, que já morava nas
ruas e havia perdido o direito de ter contatos com o filho de 04 anos, começou
a vender água mineral nos semáforos da capital do Goiás. Mas não é apenas mais um vendedor de água
nos sinais. Ele fez a diferença!
Usou a criatividade e inovou sua maneira
de atendimento e agregou valores em seu produto. Sua água mineral é servida numa bandeja de
aço inox altamente higienizada, brilhando, com um pequeno recipiente com gelo e
ainda oferece um guardanapo aos clientes.
Detalhe: ele está vestido de garçon para atender os motoristas que abrem
os vidros para comprarem aquela água gelada.
Ela fatura em média R$ 800,00 mensais.
Mas infelizmente nem todos usam suas
criatividades para o bem. Meu irmão é um deles. Está se acabando nas drogas.
Está morrendo aos poucos.
Estou me programando para ir fazer
nova tentativa de resgate mês que vem. É preciso ter cautela para lidar com
essa situação, principalmente com ele que é uma pessoa bem complicada. Mas com
Fé no Poder Superior, vai dar tudo certo.
Independente de ele estar ou não
junto da família, eu desejo que ele consiga entrar novamente no processo de
recuperação e tenha uma vida digna, tranquila, sem uso de drogas.
A vida é cheia de altos e baixos e
para conseguirmos manter o equilíbrio, é necessário estarmos bem
espiritualmente. Caso contrário, adoeceremos físico e mentalmente, piorando
ainda a situação e/ou o problema.
Estou sempre lembrando o que um dia
ouvi do meu amigo Dr. José Ribeiro de Oliveira, Delegado de Polícia, quando
disse: “As drogas representam
hoje, para a humanidade, o perigo que representava, nas décadas passadas, a
bomba atômica e a guerra fria.”
Sinceramente, acho que as drogas
representam hoje para a humanidade, bem mais que o perigo que representava, nas
décadas passadas, a bomba atômica e a guerra fria.
A gente já não mais se assusta com
noticiários abordando apreensões de grandes quantidades de drogas. Antigamente,
quando se noticiava que haviam sido apreendidas drogas no bairro em que a
pessoa morava, já se espantava e logo alertava os filhos, muitas vezes
limitando o espaço geográfico onde eles, de agora por diante, iria poder
brincar. Era o medo dos filhos estarem perto de onde havia sido feita apreensão
de drogas.
Ao sabermos que o filho da vizinha
fumava maconha, éramos proibidos de brincar com eles. Hoje em dia, quando
ficamos sabendo que a filha da vizinha fuma maconha, simplesmente ouvimos: “Um
baseado não faz mal, não! É uma droga leve!”.
– Aquela droga pesada que era a maconha décadas atrás, hoje tornou-se
sinônimo de droga leve. Tudo isso face à grande repercussão do “crack”.
Esta semana estive visitando duas
outras comunidades terapêuticas, além das que cotidianamente estou presente.
Observei o tanto de jovens e adolescentes que estão “internados”. Sem falar da
enorme procura de menores de 14 anos, os quais encontram certa dificuldade de
conseguir vaga, diante dos requisitos impostos pelos Órgãos de Proteção à
Criança e ao Adolescente.
Porém, o que se vê, é que estes
mesmos Órgãos podiam tomar a iniciativa de conseguir encaminhá-los para um
atendimento propício à necessidade do menor, bem como fazer o acompanhamento
necessário, mas não o fazem. Normalmente estes menores são apenas encaminhados
para um prévio atendimento, que muitas vezes são falhos e totalmente
despreparados por parte dos profissionais que ali trabalham. Com isso,
facilmente estão de volta ao local de uso, sem que tenham, em muitos dos casos,
sequer sido avaliado pela equipe de saúde mental. Às vezes passam apenas por um
Conselheiro Tutelar e pela recepcionista do Centro de Atendimento Psicossocial
ou do Centro de Referência, que agendam um atendimento com a Assistente Social
para semana seguinte. Isso quando é em um grande centro, pois quando se trata
de um município do interior, (principalmente no Nordeste do País), então só
encontra vaga para o mês seguinte.
Então, como é que conseguimos
atender menores numa situação de risco, com uma estrutura dessa? Como é que conseguimos atender estas
crianças usuárias de drogas, se as políticas públicas sobre drogas não estão
sendo atuantes nem para os adultos, quanto mais para as crianças?
Tudo requer muito esforço e boa
vontade por parte dos Gestores e também da sociedade. É uma questão de
participação de todos, afinal, todos nós sofremos por este mal que assola a
humanidade.
Hoje eu estou “limpo”, sem usar
drogas, mas tenho que ter a mente aberta para continuar recebendo meu “indulto
diário”. Isso mesmo! Meu “indulto diário”. É isso o que tenho a cada 24 horas. Jamais terei garantia de que não mais usarei,
embora tenha hoje a garantia de que pretendo jamais usar. Mas uma coisa é bem diferente da
outra. Nada que eu faça pelo meu dia
“limpo” hoje, garante o meu dia “limpo” amanhã. Portanto, eu devo fazer qualquer coisa
para me livrar daquela obsessão impiedosa que me levava de volta ao uso.
E para isso, estou sempre de mente aberta,
vigilante, cuidadosamente avaliando cada situação de risco e comportamentos
adictos da ativa.
Falar em avaliar cada situação de
risco, eu quero aqui comentar algo que julgo ser interessante:
Desde que parei de usar bebidas
alcoólicas, que tenho criteriosamente evitado guardar bebidas em casa. Sempre
que vou ao hotel, também peço que retire as bebidas alcoólicas que estiver no
frigobar. Aprendi isso com meu padrinho na primeira semana em que ingressei no
grupo de Alcoólicos Anônimos. Fomos a um Encontro de AAs e ele solicitou isto
na recepção do hotel e ao ouvir da recepcionista de que não havia necessidade
de retirar, bastava não usar, ele inteligentemente retrucou: “Eu prefiro que as
retire, pois não sei se eu sou sonâmbulo!”.
Desde então, tenho seguido esse
cuidado e tem dado resultados. Eu evito chegar com sede e me deparar com uma
bebida bem gelada, que pode sutilmente me enganar. Como também posso, despercebidamente,
pegar a garrafa e como o hábito de anos e mais anos abri-la sem nem olhá-la,
posso me @$¨%*&%¨ se eu pegar a
garrafa errada. Portanto, não guardo nada disso em casa.
Nem mesmo faço uso de aguardente
alemã (aquele remédio) e nem de vinagre com álcool. Mesmo sendo chocólatra, não como chocolates
que contenham sabores de bebidas alcoólicas.
Essa semana eu fui almoçar e na mesa
do restaurante estava o vinagre de vinho tinto. Isso para um alcoólico da minha
natureza é recaída na certa. Basta
sentir o sabor do vinho na língua que já vou querer mais doses.
Ao término do almoço, ainda no restaurante,
fui escolher um sorvete...e adivinhem???!!!! Sorvete de abacaxi ao vinho!
Nem precisa dizer que escolhi outro
sabor, né?
Quando saímos do restaurante, recebi
de presente uma caixa de bombons de uma “marca” famosa e, ao abri-la, logo vi
umas garrafinhas de chocolates recheadas ao leite, com sabores de licor, conhaque, etc.
Outro dia eu vi na internet que até produtos de beleza (cremes,
séruns, géis, esfoliantes, xampus e sabonetes, entre outros produtos) são produzidos à base de bebidas
alcoólicas e prometem hidratar e rejuvenescer e ainda podem ser usados sem
moderação.
É muita coisa com bebidas
alcoólicas!
No dia em que arroz e feijão for
feito à base de bebidas alcoólicas, eu morro de fome, mas não morro embriagado!
Agora eu vou falar de coisa
boa! Vou falar de nosso programa “A
Voz da Sobriedade”.
Obs. Horário de Brasília 12:00 às 13:00hs. Também existem outros links para acompanhar o programa, os quais seguem abaixo. Acesso somente pelo google chrome.
Gente!!! Nosso programa “A Voz da Sobriedade” está atingindo
as expectativas. Uma audiência muito boa, com participação de ouvintes das mais
diversas partes do Brasil e do mundo.
É muito bom poder interagir com
pessoas que se identificam com o que compartilhamos e saber que não estamos
sozinhos nessa luta contra o mal que assola a humanidade, que é a dependência
química.
Se você ainda não acompanhou nosso
programa, fique ligado que toda quarta-feira temos programa ao vivo, das 12:00hs às 13:00hs, (horário
de Brasília/DF), através dos portais abaixo:
Participe conosco! Deixe seu
recado e compartilhe sua experiência. Mande mensagens para nosso whatsapp +55
99 98434-0121.
De já, agradecemos o carinho
de sua audiência!
Um forte e carinhoso abraço à
todos vocês e que possamos juntos vencer mais um dia sem usar drogas.
Até o nosso próximo encontro.
Que O Poder Superior continue nos abençoando e protegendo de todos os males.
Eu continuo sendo o Júnior,
um adicto em recuperação, Limpo, Só Por Hoje.
Bons momentos e TAMUJUNTU.