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Abraços e TAMUJUNTU.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO DAS DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS.


Indiscutivelmente, sozinho é bem mais difícil de obter êxito no tratamento das dependências, de que com ajuda de familiares, amigos e profissionais que atuam na área. Entretanto, quando abordamos o tema “família de adictos”, é imprescindível reconhecer que eles têm sua valorosa importância no tratamento do adicto, mas que, quase sempre, estão tão adoecidos quanto o familiar usuário de drogas. Portanto, assim como a família é importante para ajudar o adicto em sua recuperação, também é importante que a família encontre a Serenidade necessária para lidar com a situação, independente de como ela se apresente. É preciso estar altamente preparada e isso requer conhecimento de causa, ou seja, conhecer a doença da adicção e conhecer a codependência.

Não é novidade que a dependência do álcool e/ou de outras drogas representa um profundo impacto em diversos aspectos da vida do usuário e também na vida daqueles que estão ao seu redor, sejam eles seus familiares, seus amigos, seus companheiros de trabalho, etc. Muitas destas pessoas acabam por desenvolver a Codependência, que é uma condição específica que se caracteriza por uma preocupação e uma dependência excessiva (emocional, social e as vezes física), de uma pessoa em relação à outra, reconhecidamente problemática.

Devido a complexidade das dependências químicas, para conseguirmos o resultado esperado e desejado no tratamento, é interessante atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em diversos estudos), e para isso, os programas de tratamento devem ser multidisciplinares, para ter mais eficácia na alteração dos padrões de comportamentos que levam o usuário ao uso da substância, uma vez que a adicção é comportamental e o uso da substância é apenas uma das consequências da doença.

A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticado, deve contar com acompanhamento a médio/longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença. É por isso que nos grupos de mútua ajuda, tais como Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos, não há um tempo determinado para que o adicto faça seu tratamento. Muitos de seus membros estão há anos e/ou décadas “limpos”, mas continuam participando, assegurando uma melhor qualidade de vida e reforçando o propósito de permanecer sóbrio, evitando uma possível recaída. Aliás, essa modalidade terapêutica, que são as reuniões de NA e A.A., conseguem atingir um dos maiores índices de êxito no tratamento das dependências químicas, sendo reconhecido, meritoriamente, pelos profissionais da saúde mental, bem como pelos órgãos que desenvolvem trabalho na área, onde muitos deles utilizam-se das mesmas técnicas em suas atuações com o adicto em recuperação.

A meta do tratamento deve ser a abstinência total. Porém, por inúmeras razões, esta meta pode não ser obtida no início ou, em alguns casos, nem mesmo ao longo do tempo, o que é um desespero e uma incompreensão para a família. Mesmo assim, o adicto ainda pode ter benefícios de permanecer no processo de tratamento, com minimização dos prejuízos psicossociais, tratamento de comorbidades clínicas e psiquiátricas e outras condições ligadas à dependência. Observa-se, ainda, que quanto maior o número de atores envolvidos no processo (família, amigos, professores, colegas de trabalho, companheiros de grupos), maiores são as chances de adesão ao tratamento e recuperação. 


A família, em especial, é peça-chave tanto na prevenção do uso nocivo do álcool e/ou outras drogas, como em casos em que o problema já está instalado. Inclusive, muitas vezes o tratamento inicia-se pela iniciativa da família, porque o usuário de álcool e/ou outras drogas não aceita seu problema, não reconhece que o uso dessas substâncias lhe traz consequências negativas ou por estar desmotivado para buscar ajuda.

Um acompanhamento específico e dirigido para os familiares é essencial para que eles possam compreender a doença e seus desdobramentos e, posteriormente, receber orientação adequada sobre a melhor forma de ajudar o ente querido e a si mesmo, como é o caso da Orientação (ou Aconselhamento) Familiar, cujo objetivo é fornecer informações sobre a substância, orientar a família sobre como lidar com a dependência e propiciar meios para que eles se sensibilizem com o problema e aceitem ajuda.

Assim sendo, para que a família possa ser aquele “porto seguro” onde o adicto pode buscar e receber ajuda, é necessário que todos estejam bem, estejam com condições de discernir entre atitudes interessadas e interessantes, entre ações movidas pela emoção e pela razão, enfim, é preciso que todos saibam o que e quando fazer, de maneira coerente com a personalização do tratamento. Dessa forma, as chances de obterem-se os resultados mais positivos são bem maiores quando se age com atitudes assertivas.

 Porém, como a família adoece juntamente com o dependente, no que denomina-se codependência, (que é uma relação disfuncional entre o paciente e o familiar, na qual o familiar passa a se preocupar mais com o dependente do que consigo mesmo), é preciso que a família seja tratada, caso contrário, com o tempo, esse padrão de pensamentos e comportamentos pode se tornar compulsivo e prejudicial, como se a pessoa se tornasse dependente do dependente. Existem grupos de ajuda mútua específicos para familiares, como é o caso do Codependentes Anônimos (CoDA) e os Grupos Familiares Al-Anon  e Nar-Anon.

Resumindo, a família desempenha um papel importante no tratamento da dependência química, já que auxilia na aderência, permanência, na superação de dificuldades decorrentes do processo e no estabelecimento de um novo estilo de vida sem o uso da substância. Por último, a família também pode ajudar a equipe multidisciplinar identificando mudanças comportamentais abruptas (por exemplo: isolamento, irritabilidade, labilidade do humor, prejuízo no desempenho do trabalho, etc.), que possam ser indicativos de complicações ou possíveis recaídas, as quais muitas vezes podem ser evitadas.

Portanto, um estreito relacionamento entre a família e toda equipe que acompanha o tratamento e recuperação do adicto, é de fundamental importância para que medidas possam ser tomadas, afim de que a manutenção da sobriedade seja o objetivo principal e em comum de todos aqueles que o cercam.

Finalizo essa postagem com a mensagem de que a família tem grande importância no tratamento do dependente químico, mas afirmo que a recuperação é possível até mesmo para quem não tem família, para quem mora nas ruas, para quem se encontra em unidade prisional, para quem se encontra nas cracolândias, etc. Porque, quando se quer, a recuperação é possível! Mas quando não se quer... Vai morrer usando ou por ter usado.

A experiência mostra claramente que: “Pode ser analisado, aconselhado, persuadido, pode se rezar por ele, pode ser amarrado, surrado ou trancado, mas não irá parar até que queira parar“.

Então, se você quer parar de usar, a recuperação é possível. Mas se você não quer parar de usar... Vai morrer usando ou por ter usado.

Isso é uma questão de escolhas: você pode optar por ser um cidadão, ser um trabalhador, um adicto em recuperação, etc... ou você pode optar por ser um cracolandiano – cracolandiense.

Só por hoje, eu continuo fazendo a minha escolha. Só por hoje, eu escolho continuar em recuperação e passar mais um dia “limpo”. Só por hoje, eu não usarei drogas. Só por hoje, continuarei admitindo minha impotência perante minha adicção. Só por hoje, continuarei praticando meu programa de recuperação, afim de manter minha sobriedade. Só por hoje, continuarei agradecido Ao Poder Superior por mais este Milagre em minha vida.

Ficarei com estas poucas palavras e agradeço carinhosamente pela visita de vocês aqui em minha página, bem como a todos os e-mail’s que tenho recebido.





Quero agradecer também pela audiência em nosso Programa “A Voz da Sobriedade”, que vai ao ar todas as quartas feira, das 11:00hs ao meio dia, através do portal www.paroquiasantanabacabal.com.br e aborda Políticas Públicas e Legislação Sobre Drogas, Redução de Danos, Modalidades Terapêuticas, Grupos de Mútua Ajuda, Tratamento e Recuperação Para Dependentes Químicos, etc. Se você ainda não sintonizou conosco, aguardamos sua participação no próximo programa. Envie sugestão de temas, participe com sua experiência, compartilhe sua sobriedade ou sua dificuldade em consegui-la. Nosso whatsApp é +55 99 98434-0121.   O programa é feito por vocês e para vocês! Participem!

Só por hoje, eu continuo sendo o Júnior, um adicto em recuperação, “limpo, só por hoje”.

Um forte e carinhoso abraço e que O Poder Superior continue iluminando nossos passos!

Bons momentos.
TAMUJUNTU.